Fapepi anuncia investimentos para estimular abertura de novas empresas no Piauí

Governos Estadual e Federal irão aplicar R$ 5,2 milhões na segunda edição do Programa Centelha 

Foto: Reprodução(CCom)


Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Piauí (Fapepi) vai lançar, na próxima sexta-feira (29), em parceria com o Governo Federal, a segunda edição do Centelha, programa de investimento de R$ 5,2 milhões para estimular a criação de novos negócios inovadores no Piauí. Além da disponibilizar recursos, o Centelha também promove capacitação e suporte para os empreendedores. 

A primeira edição do programa foi lançada em 2020. Das 276 ideias empreendedoras inscritas, 23 foram selecionadas e receberam cada uma até R$ 60 mil, além de mentorias e suporte. Várias dessas empresas entraram no mercado e já estão faturando. Ao todo, foram liberados R$ 1,2 milhões em recursos. 

O diretor de Desenvolvimento Científico e Tecnológico da Fapepi, Ciro Sá, explica que o programa é muito importante porque o investimento é quase todo do poder público.  No caso do Centelha, a empresa entra apenas com uma contrapartida de 5% do valor recebido. Ou seja, no máximo R$ 2,6 mil. “Não é raro que futuros empreendedores desistam de lançar sua ideia no mercado por falta de recursos. E o dinheiro do Centelha não é empréstimo, mas sim, investimento que será aplicado na ideia empreendedora. E a criação de um novo negócio gera desenvolvimento para o Estado, pois fomenta a economia, gera emprego e renda”, diz o diretor. 

Na segunda edição, uma novidade: além do investimento no projeto, os empreendedores receberão também uma bolsa do programa, no valor de até R$ 26 mil em 12 meses.  “É como se fosse uma remuneração paga pelo Governo para o empresário investir em sua ideia”, compara Ciro Sá. 

A empresa Mutiveículos.com, de Picos, uma plataforma on-line que vende carros usados vistoriados, foi uma das participantes da primeira edição do Centelha e já está faturando. Os sócios Felipe Moura e Thiago Bonfim não tinham recursos para levar a ideia adiante, mas após o investimento e capacitação do programa, a empresa está inclusive gerando emprego. 

“A ideia estava em andamento, mas se aperfeiçoou por meio do projeto. Além dos recursos, as consultorias nos ajudaram a entender o mercado.  O programa encoraja muito quem quer empreender, visto que 80% dos empresários do Brasil não têm capital para começar o negócio”, afirma Felipe. 

Muitas vezes o projeto já está pronto, falta apenas alguém para investir. É o caso de alimentos saudáveis feitos a partir do coco babaçu, derivado de estudos desenvolvidos pela nutricionista Lindalva de Moura Rocha, do Piauí. Ela usou os recursos do Centelha para levar seus produtos ao mercado e assim criou a empresa EcoBfit. 

“O programa me permitiu captar recursos para comprar insumos e abrir meu próprio negócio. Também fiz bastante mentorias e muito network, que foram necessários para o sucesso da empresa”, afirma Lindalva. A EcoBfit também mantém o dinheiro circulando no Piauí, já que a matéria-prima é local. 

A parceria da Fapepi, por meio do Centelha, inclui o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), o Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (Confap), a Fundação CERTI e a Sudene. 

A segunda edição do Centelha vai liberar recursos para até 61 ideias empreendedoras. Cada um dos projetos selecionados receberá até R$ 53 mil para desenvolver o modelo de negócio e até R$ 26 mil em bolsas e nove meses de capacitação. O prazo de execução dos projetos será de 12 meses, após a data da contratação. 

Podem submeter propostas, pessoas maiores de 18 anos ou maiores de 16, se emancipadas. Desta vez, o edital permite a participação de servidores públicos, desde que não haja choque com a legislação da instituição empregadora. 

O investimento global para a segunda edição do Centelha Piauí será de R$ 5,2 milhões, sendo R$ 2 milhões do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (concedidos através da Financiadora de Estudos e Projetos –  Finep), R$ 1 milhão da Fapepi, R$ 586 mil da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) e R$ 1,586 milhão em bolsas do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). (CCom)



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