MPPI discute a ocupação duradoura de leitos de UTI dos hospitais de Teresina

“São crianças de cidades do interior do Piauí e do Maranhão”, diz o HUT  

Foto: Reprodução (MPPI)

O Ministério Público do Estado do Piauí, por intermédio da 29ª Promotoria de Justiça de Teresina, com a coordenação do Promotor de Justiça, Eny Marcos Pontes, realizou audiência extrajudicial virtual com representantes da saúde, a fim de apurar a ocupação duradoura dos leitos das Unidades de Terapia Intensiva (UTI) dos hospitais da capital. 

Para iniciar o debate, o gerente médico da UTI Pediátrica do HUT, Carlos Leonardo e Bento dos Santos, destacou que 4 dos 10 leitos destinados ao público infantil estão ocupados por pacientes em situação de cronicidade. O Diretor Geral do HUT, Fábio Marcos de Sousa, acrescentou que também existem 5 crianças em uma Enfermaria. “O setor da enfermaria é responsável pela assistência e já está com taxa de ocupação de 100%, o que resulta no bloqueio da UTI pediátrica. São crianças de cidades do interior do Piauí e do Maranhão”, pontuou. 

A Diretora Técnica Assistencial do Hospital Infantil Lucídio Portela (HILP), Leiva de Souza Moura, explicou que o local passou por reformas e possui capacidade para o funcionamento de mais 9 leitos de UTI pediátrica. No entanto, o que falta é a equipe de médicos, enfermeiros e fisioterapeutas, o que impossibilita a transferência dos pacientes do HUT para o HILP. “A unidade de cuidados especiais também possui equipamento e precisa de equipe para habilitar o setor dos cuidados intermediários e da UTI”, explicou. 

“Nós já havíamos dialogado sobre a transferência dessas crianças para hospitais regionais, iniciando pelo Hospital de Piripiri para depois se estender aos demais, como primeira etapa da desospitalização. Temos que levar essas crianças para sua região ou para a proximidade de suas casas, para que haja rodízio de acompanhantes e para não sobrecarregar apenas um familiar”, destacou o promotor Eny Pontes.  

A diretora do Hospital Regional Chagas Rodrigues de Piripiri, Celene Fontinele, explicou que aguarda um documento com informações do quadro da paciente para que o espaço seja preparado. Diante disso, ficou estipulado um prazo de 10 dias para que a diretora do Hospital Regional de Piripiri conceda uma resposta sobre a transferência da paciente, após o diretor do HUT encaminhar as informações necessárias. 

O Diretor da Rede de Urgência e Emergência (RUE) da Secretaria de Estado da Saúde do Piauí (Sesapi), Telmo Gomes, também esteve presente na reunião. “Tivemos uma pausa por conta da pandemia, mas essa semana já voltamos a discutir sobre o assunto em reuniões. Um quadro de desospitalização envolve o Município e o Estado, mas o Ministério da Saúde também deve auxiliar”, relatou. 

“É tripartite sim, mas a base é o Estado e a Prefeitura. Não só na saúde, mas principalmente no campo social. Os relatos dos pais e responsáveis dessas crianças são chocantes. São pessoas que estão há 3, 4 anos longe de suas casas”, comentou o promotor Eny Pontes, em resposta. 

Outro encaminhamento definido durante a reunião foi uma visita técnica com a Sesapi ao Hospital Infantil para analisar o novo espaço e discutir sobre a definição de equipe completa para que haja mais leitos de UTI pediátrica.(MPPI) 

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