Crise no PSDB já vinha sendo anunciada pelo tratamento de Flávio Dino

Carlos Brandão não se conforma com o retorno de Roberto Rocha e quer a proximidades dos tucanos com os comunistas do governador Flávio Dino
Há muito que um importante segmento do PSDB maranhense vinha manifestando contrariedade com o tratamento dispensado à legenda pelo governador Flávio Dino (PCdoB), por isto esta parcela se agarra à volta do senador Roberto Rocha à legenda como a uma tábua de salvação, e está claro que, apesar dos protestos do presidente, Carlos Brandão (vice-governador), e de órgãos a ele afinados, tudo indica que a direção nacional vai comprar essa briga e pouco ligar com os descontentes, pois entende que a situação do jeito que está não pode continuar.

Numa entrevista ao blog de Gilberto Leda nesta sexta-feira (15), ao comentar a "insatisfação geral" no ninho tucano com esse retorno de Rocha, Brandão, que é defensor da aliança com os comunistas, declarou: “O PCdoB tem uma situação, a nível nacional, contra o PSDB, mas aqui, a nível de estado, essa aliança fortaleceu o partido e a gente não pode desprezar isso", mas não é bem assim e esse tipo de declaração leva-se a supor que o vice-governador não está lendo comentários nas redes sociais e entrevistas concedidas pelo governador ou então acha que os seus disparos verbais contra líderes tucanos não lhe afetam. Leia reportagem em Maranhão Hoje.

Há poucos dias do convite dos caciques tucanos para Roberto Rocha voltar ao ninho, Flávio Dino deu uma entrevista ao jornal Valor Econômico, na qual, gratuitamente, ofendeu um dos nomes mais importantes do PSDB na atualidade, o prefeito de São Paulo, João Dória Júnior, um dos prováveis candidatos a presidente da República, a quem chamou de traidor, inexperiente, arrogante, fascista e, para completar, um "Collor piorado". Ora, sendo Dória candidato tucano a sucessor de Michel Temer, como manter aliança do partido no Maranhão com quem profere esse tipo de agressão?

Não bastasse isso, Flávio Dino vem se encarregando de minar bases do tucanato local, estimulando candidaturas de sua simpatia contra líderes do PSDB, principalmente na região tocantina, ou seja, quer este partido do seu lado, mas apenas na formalidade de olho em tempo de propaganda no rádio e na TV.

Estes são apenas alguns dos fatos que contribuíram para esse clima de cisão no ninho tucano, e o governador pode até contar com vários deles para apoiá-lo em 2018, mas o PSDB não subirá novamente em seu palanque como em 2014, quando, apesar da boa vontade e de todo o empenho para ajudá-lo, tratou o partido com desprezo, o que se acentuou após receber a faixa de governador. Agora não adianta chorar o leite derramado. (Aquiles Emir)

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