“A fome não tira férias”, diz Wellington Dias sobre novo auxílio emergencial

Governador  Wellington Dias, do Piauí, critica a insistência do governo Bolsonaro em não pagar um auxílio emergencial de R$ 600 para os brasileiros no momento mais crítico da pandemia 

Foto: Reprodução

O governador do Piauí, Wellington Dias (PT), presidente do Consórcio Nordeste, criticou o abandono da população e dos pequenos empreendedores por parte do governo Bolsonaro no momento mais crítico da pandemia de Covid-19. Dias lamentou a interrupção do pagamento do auxílio emergencial nos últimos três meses, o que levou ao aumento da fome, e seu retorno só agora, em valor menor do que os estabelecidos em 2020.

“A pandemia do coronavírus acabou? É claro que não. Aliás, piorou. Colapso na rede hospitalar, as pessoas adoecendo, morrendo gente em todo lugar. E, vejam, o governo federal, ali no ano de 2020, pagava auxílio emergencial de R$ 600 para proteger os mais pobres, que maravilha. Depois, passou a pagar R$ 300 e parou em dezembro. Parou em dezembro por quê, se a pandemia prosseguiu?”, indagou em vídeo.

“É claro que a fome chegou. A fome não tira férias. A fome não estava de férias em janeiro, em fevereiro, em março. As pessoas não só ficaram com fome como também sem dinheiro para comprar um remédio, para suas necessidades básicas”, completou o governador. 

Depois de brigar, em 2020, contra o valor de R$ 600 para o auxílio emergencial, o que só se tornou realidade graças ao Congresso Nacional, Jair Bolsonaro interrompeu o benefício em dezembro, quando já o havia reduzido para R$ 300. Em 2021, o governo deixou o auxílio emergencial fora do orçamento e, depois, usando o Centrão como base aliada, aprovou o retorno do pagamento neste mês em um valor ainda menor (algumas pessoas receberão apenas R$ 150). Além disso, o número de beneficiários foi reduzido drasticamente, deixando 24 milhões de brasileiras e brasileiros de fora.

Dias tem razão ao relacionar as medidas do governo ao aumento da fome. Segundo já informou Francisco Menezes, ex-presidente do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea), extinto por Bolsonaro em 1º de janeiro de 2019, os novos valores do auxílio emergencial são insuficientes para garantir alimentação a quem precisa. “Quando foram reduzidos para R$ 300 os valores do auxílio, de setembro a dezembro, já houve um aumento significativo da fome no país. O Datafolha mostrou que, do total de pessoas que recebiam o auxílio pela metade, 36% estavam sem nenhuma renda e dependiam completamente do benefício para sobreviver”, disse Menezes, que é economista e especialista em políticas públicas.

Empreendedores e artistas

Wellington Dias lembrou ainda que o abandono do governo também atinge os pequenos empreendedores, que enfrentam dificuldade para quitar suas dívidas, e categorias como artistas e esportistas. “Não só as pessoas (foram esquecidas). Assim como parou o auxílio emergencial financeiro, também parou o apoio para os micro e pequenos empreendedores, os autônomos, os artistas, os esportistas. Ou seja, há necessidade desse atendimento, é isso que defendemos, como fazem em outros países”, disse o governador.  (Site do PT)

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